Floresta Viva: BNDES apoia reflorestamento da Caatinga em parceria com a Heineken
Cada parceiro deve contribuir com R$ 5 milhões para recuperar 340 hectares da Caatinga, no Ceará O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou o primeiro fomento estruturado da iniciativa Floresta Viva para o restauro de regiões de Caatinga no Ceará, em parceria com o Grupo Heineken, no valor total de R$ 10 milhões. O projeto abrange 340 hectares localizados na Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Aratanha e no Parque Estadual das Águas, que engloba os municípios de Itaitinga, Horizonte, Pacatuba, Pacajus, Guaiúba e Aquiraz, no estado do Ceará. O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) é parceiro gestor da iniciativa. O foco é a recarga hídrica dos cursos de água da região em torno dos açudes de Gavião, Riachão e Pacoti e no Rio Cocó, a partir da restauração de áreas florestais em mananciais. A iniciativa pretende fortalecer ainda o Corredor Ecológico do Rio Pacoti, que abrange as áreas de proteção ambiental das serras de Baturité e Aratanha, Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) de Chanceler Edson Queiroz, Terra Indígena Pitaguary e Terra Quilombola Alto Alegre – pontos que representam a principal fonte do sistema de abastecimento de água em toda a região metropolitana de Fortaleza. A proposta apoiará também viveiros para o incremento da estrutura e capacidade de produção das mudas nativas, além da construção de uma rede de organizações da sociedade civil, empresas privadas e órgãos públicos em prol da recuperação de áreas degradadas e da restauração. O objetivo é fortalecer a governança local na gestão dos recursos hídricos e implementar sistemas agroflorestais, que reforçam a geração de renda no local. A ação deve ainda favorecer a proteção e conservação de espécies ameaçadas e endêmicas no bioma, como o pau-d`arco-roxo (Handroanthus impetiginosus) e o gato-do-mato-pequeno (Leopardus emiliae). “Ao apoiar o restauro de regiões de caatinga no Ceará, o BNDES contribui para reforçar a segurança hídrica da região, uma das mais afetadas historicamente pelas secas no semiárido nordestino, preservar a biodiversidade do bioma e apoiar atividades sustentáveis que geram renda para as populações locais, em linha com o compromisso do governo Lula de combater a pobreza e as desigualdades sociais e regionais”, ponderou a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello. Como provedores dos recursos, o BNDES e o Grupo Heineken vão aportar R$ 5 milhões cada, a serem repassados pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), que, no papel de parceiro gestor, será responsável pelas liberações e pelo acompanhamento físico e financeiro. Desses R$ 10 milhões, R$ 8,5 milhões serão destinados a atividades executadas e geridas pela Fundação Avina, responsável pela estruturação do projeto em conjunto com o Grupo Heineken, que terá a parceria do Instituto Agir Ambiental na execução do plano. O restante será utilizado em atividades relacionadas à certificação de carbono, estudos, e eventuais contingências. O prazo é de até 48 meses, com possibilidade de prorrogação. “Essa iniciativa reflete nosso cuidado com a Caatinga, um bioma exclusivamente brasileiro, rico em biodiversidade e cheio de potencial para preservar importantes serviços ambientais, como a oferta de água. Além disso, destaca-se por sua relevância cultural e pelo papel essencial na subsistência da região”, afirmou o coordenador de Sustentabilidade do Grupo Heineken, Breno Aguiar de Paula. “Na natureza tudo está conectado e a atuação da iniciativa Floresta Viva no Ceará trará benefícios diretos para a restauração da vegetação nativa da Caatinga e por consequência vai contribuir para segurança hídrica da região. Para o FUNBIO, uma gestão eficaz desse projeto contribui para conservar a Caatinga e melhorar a vida das pessoas que nela vivem”, ressaltou a secretária-geral do FUNBIO, Rosa Lemos de Sá. Floresta Viva – Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) das Nações Unidas, o Floresta Viva contribui para as metas globais de combate e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas ao apoiar projetos de restauração ecológica com espécies nativas em diferentes biomas. Com a meta de investir R$ 693 milhões ao longo de 7 anos, a iniciativa conta com 50% de recursos oriundos do Fundo Socioambiental do BNDES, e 50% oriundos de instituições apoiadoras. Espera-se atingir entre 25.000 e 35.000 hectares de área restaurada, com a retirada de 8 a 11 milhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera. Grupo Heineken – O Grupo Heineken chegou ao Brasil em maio de 2010, após a aquisição da divisão de cerveja do Grupo Femsa e, em 2017, adquiriu a Brasil Kirin Holding S.A, tornando-se o segundo player no mercado brasileiro de cervejas. O grupo gera mais de 13 mil empregos e tem 14 unidades produtivas no país, sendo 12 cervejarias, duas microcervejarias e também já iniciou a obra da sua 15ª cervejaria em Passos (MG). No Brasil, o portfólio de bebidas do Grupo Heineken é composto por Heineken®, Eisenbahn, Eisenbahn Unfiltered, Sol, Baden Baden, Blue Moon, Lagunitas, Amstel, Amstel Ultra, Devassa, Devassa Tropicaê, Tiger, Bavaria, Glacial, Kaiser, No Grau, Schin e Amstel Vibes. O portfólio de não alcoólicos inclui Heineken® 0.0, Clash’d, FYS, Itubaína, Viva Schin, Skinka e Água Schin. Com sede em São Paulo, a companhia é uma subsidiária da Heineken NV, maior cervejaria da Europa. Saiba mais. FUNBIO – O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) é um mecanismo financeiro nacional privado, sem fins lucrativos. Ao longo dos 29 anos que celebra em 2025, a organização trabalha em parceria com os setores governamental, empresarial e com a sociedade civil para que recursos estratégicos e financeiros sejam destinados a iniciativas efetivas de conservação da biodiversidade em todos os biomas brasileiros. Foram mais de 500 projetos que beneficiaram número superior a 400 instituições em todo o Brasil, desde sua criação em 1996.
Read newsIbama, ICMBio, Funbio e Samarco assinam termo de repasse para conservação da biodiversidade da Bacia do rio Doce
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e a mineradora Samarco assinaram, na sede do Ibama em Brasília (DF), termo de repasse de R$ 250 milhões, que serão destinados à preservação da fauna terrestre e marinha, principalmente em Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e unidade de conservação. A ação faz parte do apoio à recuperação ambiental na Bacia Hidrográfica do Rio Doce, tanto para áreas impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão, como para áreas não impactadas. Trata-se de uma das primeiras transferências que integram o Acordo de Reparação da Bacia do Rio Doce, assinado entre Samarco, Vale e BHP Brasil, União, Governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, Ministérios Públicos Federal e Estaduais e Defensorias Públicas da União e Estaduais (MG e ES), entre outros órgãos e instituições públicos e homologado em novembro deste ano, sem ressalvas, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Este é um dos primeiros repasses previstos no Acordo para a recuperação do meio ambiente. Foi um compromisso que assumimos para a reparação e compensação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. Este valor será destinado a ações que permitirão auxiliar na recuperação e conservação da fauna e flora, tanto da Bacia do Rio Doce como também em regiões próximas à bacia, em Minas Gerais e no Espírito Santo.”, avalia a diretora de Sustentabilidade da Samarco, Rosane Santos. O repasse será feito ao Funbio, instituição selecionada como responsável pela execução das ações previstas. O Funbio é uma associação civil sem fins lucrativos, que atua como parceiro estratégico do setor privado e do poder público, com expertise em criação de mecanismos financeiros ágeis para a conservação da biodiversidade, que estão previstos nos termos de repasse garantindo a sustentabilidade destas ações em longo prazo. Apoio ao Ibama O valor destinado ao Ibama (R$ 210 milhões) permitirá a construção, aparelhamento e manutenção operacional de dois Cetas, um em Nova Lima (MG) e outro em Serra (ES), além do apoio à Rede Cetas com ações de educação ambiental. A Rede Cetas recebe animais silvestres por entrega voluntária, resgate ou procedentes de apreensão de fiscalização, recupera e destina esses animais por meio de soltura ou encaminhamento para empreendimentos de fauna devidamente autorizados. O acordo também prevê ações de manutenção da Rede Cetas, além da contratação de serviços de apoio às áreas de soltura de animais silvestres, tais como consultorias para aprimorar os protocolos de atendimento de fauna e que contemple o apoio, fortalecimento e revitalização da Rede, uma vez que as unidades realizam as atividades integradas. A rede Cetas possui fundamental importância para a conservação das espécies de fauna brasileiras, um componente essencial para o equilíbrio ambiental. Torna-se, portanto, necessário considerar ações de fortalecimento das estruturas de triagem, reabilitação e destinação da fauna silvestre e o desenvolvimento de ferramentas que possam auxiliar os projetos de conservação. “É uma satisfação assinar um acordo sólido, feito de forma integrada, e que deixará um legado para a estrutura dos Cetas, beneficiando uma região com uma biodiversidade tão singular, que contempla tantas espécies ameaçadas”, declara o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. "Esse ato complementa uma série de outras estratégias destinadas à preservação de nossa fauna", completa. Apoio ao ICMBio Já ao ICMBio, autarquia ambiental responsável por implantar, gerir e proteger as unidades de conservação federais, serão destinados R$ 40 milhões a ações para fortalecimento e consolidação do Refúgio de Vida Silvestre de Santa Cruz (REVIS), além da constituição de um mecanismo financeiro de longo prazo para manutenção desta unidade de conservação. Trata-se de uma Unidade de Conservação (UC) de proteção integral no bioma Marinho Costeiro, localizada na região de Aracruz (ES). A UC possui 177 km² e seu principal objetivo é proteger a diversidade biológica e os ambientes, principalmente os fundos colonizados por algas e outras comunidades bentônicas. Ao lado da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Algas, faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica/UNESCO.
Read newsBNDES e Estado do Rio de Janeiro lançam novo edital do Floresta Viva de R$ 60 milhões para restaurar a Mata Atlântica
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Governo do Estado do Rio de Janeiro, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e a Aegea Saneamento lançaram nesta quarta-feira, 18, o Edital Florestas do Rio no valor de até R$ 60 milhões para apoiar cerca de 30 projetos de restauração ecológica local. As propostas podem ser enviadas até às 19h (horário de Brasília) do dia 21 de março de 2025, por meio do preenchimento deste formulário eletrônico. Com recursos do BNDES Fundo Socioambiental, do Governo do Rio de Janeiro e da Aegea, o certame é parte da iniciativa Floresta Viva. Será critério de classificação que os projetos contemplem atividades de fortalecimento das cadeias produtivas associadas à restauração, entre elas a capacitação profissional em técnicas de restauração, produção de sementes e mudas de espécies nativas, incluindo aquelas ligadas às cadeias de produtos locais da sociobiodiversidade. O objetivo é promover a continuidade das ações e a geração de renda para os atores locais. “O Floresta Viva é uma das maiores iniciativas de restauração ecológica do Brasil: ele beneficia tanto o meio ambiente quanto as comunidades locais”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. “O nosso apoio ajudará o Estado do Rio de Janeiro a atingir sua meta de 40% de cobertura florestal até 2050. A nossa expectativa é de sequestrar carbono da atmosfera, mitigar as mudanças climáticas e preservar a biodiversidade e os recursos hídricos da Mata Atlântica”. O governador do Rio, Cláudio Castro, destacou os efeitos socioambientais do Floresta Viva. “Essa iniciativa terá um impacto significativo na recuperação e conservação da biodiversidade em nosso estado, ao ajudar no restabelecimento do equilíbrio ambiental nas áreas impactadas”, ponderou. “E, sem dúvida, seus benefícios darão uma grande contribuição para a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais”. De acordo com o presidente do Instituto Aegea, Édison Carlos, o programa Floresta Viva se alinha ao compromisso da empresa em atuar pela melhoria da do meio ambiente e da qualidade de vida. “Reflorestar áreas degradadas ajuda o clima e a produção de água em quantidade e qualidade, insumo fundamental para a sociedade e para uma empresa empenhada em levar saneamento básico a todos, como é a Aegea”, ressaltou. Os projetos de restauração florestal no Estado do Rio de Janeiro deverão estar localizados nas regiões hidrográficas Guandu, Baía de Guanabara, Lagos São João e Macaé e das Ostras. Inseridas no bioma Mata Atlântica, elas são ricas em patrimônio natural, com uma diversidade de habitats: restingas, manguezais em planícies costeiras e fluviais, florestas de baixadas e maciços serranos. As proponentes devem ser instituições sem fins lucrativos legalmente constituídas há, pelo menos, 2 anos tais como institutos, fundações, associações e cooperativas. com as seguintes naturezas jurídicas: associações civis e fundações privadas nacionais e cooperativas em qualquer grau de constituição. O Edital Florestas do Rio está inserido no Plano de Restauração e Desenvolvimento Florestal do Estado do Rio de Janeiro (PRDF), que tem como objetivo incentivar a restauração florestal e da paisagem da Mata Atlântica no Estado. O programa também busca implementar de forma eficaz a Carteira de Restauração Florestal (CRF), instrumento operacional executado no âmbito do Fundo da Mata Atlântica. Com mais de 16 milhões de habitantes, o Estado do Rio de Janeiro representa 0,5% do território nacional. A área tem alta diversidade biológica, mas é marcada pela degradação da vegetação nativa ao longo dos ciclos econômicos. “O Edital Florestas do Rio vai contribuir muito para o fortalecimento da cadeia de restauração na Mata Atlântica, impulsionando a oferta de alternativas econômicas sustentáveis para as pessoas que vivem nas áreas apoiadas pela chamada”, declarou o superintendente de Programas do FUNBIO, Manoel Serrão. “Este edital é um marco para a restauração de ecossistemas no estado do Rio de Janeiro e o FUNBIO reforça seu compromisso de fazer a gestão de recursos estratégicos para a conservação da biodiversidade”. Iniciativa – O Floresta Viva tem por objetivo a formação de parcerias com instituições privadas ou públicas para investir em projetos de restauração ecológica com espécies nativas ou sistemas agroflorestais (SAFs) em biomas brasileiros. Há a previsão de aportes de recursos do BNDES de até R$ 250 milhões e, no mínimo, o mesmo valor vindo de instituições parceiras. O Floresta Viva conta com 22 protocolos de intenção assinados, além de contratos que somam mais de R$ 221 milhões em doações de instituições parceiras. Por enquanto, sete editais foram lançados: Manguezais do Brasil, Amazonas, Xingu, Corredores de Biodiversidade, Conectando Paisagens, Sudeste do Paraná e Caatinga Viva. Até o momento, já foram aprovados 26 projetos de restauração ecológica que perfazem mais de 5 mil hectares nos biomas Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga.
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