FLORESTA VIVA

Restauração ecológica dos biomas brasileiros com recursos do Fundo Socioambiental do BNDES e de instituições apoiadoras

FUNDO DA AMAZÔNIA ORIENTAL

Iniciativa inovadora para uma economia sustentável e de baixo carbono

AMAZÔNIA VIVA

Mecanismo de Financiamento Amazônia Viva fortalece organizações, negócios e a cadeias da sociobiodiversidade

PESQUISA MARINHA E PESQUEIRA

Conheça a iniciativa de apoio à Pesquisa Marinha e Pesqueira no Rio de Janeiro

ARPA

O maior programa de conservação de florestas tropicais do planeta

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Postado dia 21 outubro 2024

Indígenas do Pará e do Amapá participam de oficina de coleta sustentável para geração de renda a partir do óleo de copaíba

Indígenas dos povos Waiana e Apalai, das Terras Indígenas Parque do Tumucumaque e Rio Paru d’Este — umas das regiões mais preservadas da Amazônia, com 4 milhões de hectares, no Pará e no Amapá — participaram de oficinas de boas práticas de coleta e pós-coleta do óleo de copaíba, explorando o manejo sustentável, para garantir mais vitalidade à árvore, maior produtividade e a geração de renda para sua população. Com o apoio do COPAÍBAS foi possível realizar o zoneamento de áreas produtivas que permite a extração do óleo de modo direcionado. As oficinas contemplaram a identificação das árvores de copaíba, próximas ao rio Citaré, e o mapeamento por meio de GPS — para alguns, o primeiro contato com tecnologia de localização por satélite —, a extração do óleo e o conhecimento sobre as técnicas de armazenamento. Como parte do projeto Kapaju, mais de 25 integrantes da Associação dos Povos Indígenas Waiana e Apalai (Apiwa) receberam os conhecimentos tradicionais do quilombola e agente comunitário de projetos, Aldo Pita, que aprendeu os saberes da floresta, em especial da árvore de copaíba, com seu avô paraense. “Para preservar é preciso saber usar adequadamente as árvores. Se souber fazer o furo corretamente em uma árvore de copaíba, após dois anos, a quantidade retirada de óleo é maior. Não se deve extrair tudo de uma vez, porque, depois, não há como recuperar”, alerta Aldo. A capacidade de cada árvore em acumular o óleo produzido tem influência direta no modo da coleta. Para a extração, Aldo mostrou os indícios da veia do óleo na árvore, destacando, que, visualmente, a região do local de perfuração está associada ao primeiro galho mais forte da árvore e, a partir do som de pequenas batidas, é possível “escutar” a diferença de um local sólido e de um oco, identificando onde está armazenado o óleo. Reconhecimento em mata fechada A oficina também foi uma oportunidade para a troca de saberes. Tiago Apalai, cacique da aldeia Arawaka, relatou que o galho maior de uma copaibeira também aponta a direção da próxima. E mostrou que rapidamente poderia identificar outra copaibeira, um pouco mais à frente, cerca de 400 metros, em mata fechada. Aldo destacou que este modo de seguir a dispersão da Copaíba, também é um saber dos quilombolas. Ele aponta que a região apresenta um grande desafio aos indígenas, uma vez que a altura das árvores, que chegam a três metros, dificulta a identificação da espécie. “Com tantas árvores na mata, foi importante saber diferenciar e fazer bom uso, com todo cuidado para extrair bem e armazenar. A experiência da oficina motivou os mais jovens”, conta o coordenador do projeto, o cacique Arinaware Wayana Apalai. O aprendizado também contemplou a observação do brilho aparente nas folhas e as ondulações nas cascas das árvores de copaíba para o reconhecimento e o mapeamento. “Nossa convivência com Aldo foi muito importante para nosso povo. Foram duas oficinas que nos ajudaram muito. Agradecemos o apoio”, diz o cacique da aldeia Arawaka, Tiago Apalai. Dessa forma, os indígenas já identificaram a espécie copaíba marimari (Copaifera reticulata Ducke) com potencial para a extração do óleo, visando geração de renda para as populações locais. O próximo passo será a construção de um entreposto para que as mulheres das aldeias possam receber o óleo, armazenar, catalogar o produto e trabalhar a venda. E, também, aplicar os conhecimentos em novas áreas para que a atividade extrativista possa garantir o aumento da escala de produção.

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Postado dia 18 outubro 2024

Encontro destaca avanços e propostas para o fortalecimento da maricultura no Rio de Janeiro

Representantes de cada um dos sete subprojetos de Maricultura apoiados pelo Projeto Pesquisa Marinha e Pesqueira participaram ontem, dia 17/10, de um segundo encontro na sede do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). Dessa vez, o objetivo foi fazer um balanço dos últimos seis meses, trazendo para a mesa de discussão assuntos prioritários para a valorização da maricultura, atividade fundamental para o desenvolvimento social e econômico de diversas comunidades costeiras do estado do Rio de Janeiro. Durante o encontro, Carlos Eduardo de Freitas, da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj), ressaltou que o Termo de Cooperação Técnica firmado entre a Fiperj e a Defesa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro possibilitará o fortalecimento do setor a partir da atuação do Programa Nacional de Moluscos Bivalves Seguros (MoluBis), que conta com parceria estratégica. Além disso, o desenvolvimento de produtos seguros para o consumo, prioriza a segurança do alimento e serviços que colaboram para o desenvolvimento da maricultura e melhoria da qualidade de vida de comunidades das Baixadas Litorâneas, na Baía da Guanabara e na Costa Verde. “Vamos colaborar no cadastramento de produtores de organismos aquáticos perante a Defesa Agropecuária, auxiliar na criação de uma legislação estadual pelo Serviço de Inspeção Estadual (S.I.E) para beneficiar a agroindústria de pequeno porte (Pescado). A parceria com a Defesa Agropecuária também facilita a criação de unidades de beneficiamento”, destacou Carlos. O diretor técnico do Instituto de Ecodesenvolvimento da Baía da Ilha Grande (IED-BIG), Renan Ribeiro, ressaltou, com entusiasmo, o potencial aumento de produção de sementes de vieiras em laboratório, que incrementa a distribuição, a cadeia produtiva e a economia local. “Conseguimos a desova de mais de 80% de cerca de um milhão de sementes coletadas do mar e trazidas para o laboratório. Precisamos investir mais na ampliação das matrizes para aumentar a sobrevivência dos animais”, pontuou. A expansão da comercialização de algas marinhas na região da Baía da Ilha Grande também foi destacada na colocação de Cristiane Zanella, responsável técnica da instituição Brigada Mirim Ecológica, que realiza atividades educativas e ambientais com jovens da região, incentivando a conservação da biodiversidade, cidadania e capacitação profissional. Paulo Cordeiro e Murilo Marins, da organização Lagos em Ação, que realiza o Subprojeto Maricultura Cabista, em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, frisaram que o suporte do FUNBIO foi fundamental para a expansão de fazendas marinhas e o planejamento de atividades de Turismo de Base Comunitária, estimulando a geração de emprego e renda na comunidade. Na parte da tarde, o encontro abordou os desafios para um futuro mais promissor do setor, propondo a criação de uma rede colaborativa com as instituições presentes. O objetivo é discutir coletivamente os próximos passos para fortalecer a atividade, enfatizando postos-chave, como comercialização, produção de insumos e licenciamento.

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Postado dia 11 outubro 2024

Extrativistas, quilombolas e produtores se reúnem para elaborar um Protocolo Biocultural do Baru e discutir boas práticas de manejo e comercialização da castanha

Os modos de vida dos povos e comunidades tradicionais do Cerrado são profundamente conectados com a terra e suas riquezas naturais. Com um conhecimento ancestral sobre o bioma, essas comunidades preservam práticas sustentáveis que garantem não apenas sua subsistência, mas também a conservação desse bioma único. No entanto, a crescente expansão da agricultura industrial tem imposto ameaças cada vez mais agressivas sobre seus territórios, resultando na perda de biodiversidade e na degradação socioambiental, levando muitas comunidades ao abandono de seus territórios. Nesse cenário desafiador, entre os dias 23 e 28 de setembro de 2024, em Brazlândia, ocorreu o 2º módulo do Formar Baru, Formação Continuada em Cadeias de Valor Inclusivas do Cerrado. Realizado pelo IEB em parceria com a Associação Quilombo Kalunga (AQK) e a CooperFrutos do Paraíso, o evento contou com a participação de produtores rurais, extrativistas, quilombolas e assentados vindos de diferentes regiões de Goiás, como Alto Paraíso, Monte Alegre, Cavalcante, Teresina de Goiás, além de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. 2º módulo do Formar Baru: construção coletiva de saberes e práticas Enquanto o primeiro módulo do Formar Baru abordou a “Introdução às Cadeias Produtivas Sustentáveis do Cerrado e seus Povos”, o segundo módulo avançou nas discussões sobre Salvaguarda, Boas Práticas e o Protocolo de Manejo do Baru. O principal foco foi a criação participativa de um Protocolo Comunitário Biocultural, um instrumento essencial que estabelece diretrizes de boas práticas para o uso sustentável do baru, valorizando os saberes tradicionais e protegendo as comunidades das pressões externas. Além disso, foi ampliado o debate sobre a geração de renda sustentável para os povos do Cerrado. Andreia Bavaresco, coordenadora do projeto Baru da Chapada trouxe no primeiro dia do evento uma fala impactante: “Estamos em um momento alarmante em relação às catástrofes climáticas. Quem menos contribui é quem mais sofre com essas mudanças, e isso tem nome: racismo ambiental. Desde grandes pajés como Davi Kopenawa até cientistas como Carlos Nobre estão assustados com o cenário devastador que estamos vivendo. Os eventos climáticos que estão por vir não serão fáceis, e é por isso que estamos aqui juntos: para pensar no nosso futuro. Os conhecimentos tradicionais já trazem soluções para muitos dos problemas que enfrentamos. Vamos reunir esses saberes para propor ideias, soluções e planos para lidar com o presente e o futuro. E eu digo uma coisa: tirar o sustento da natureza, se manter firme e ter qualidade de vida no próprio território já é uma medida poderosa para enfrentar as mudanças climáticas. Isso é revolucionário.” Bianca Lima, coordenadora do Programa Povos do Cerrado do IEB, também destacou em sua fala a importância dos temas abordados no segundo módulo da formação: “Esse módulo trouxe a discussão para a base, para o chão. A visita à propriedade da Dona Ana e do Seu Zillas foi uma experiência muito importante que conectou os cursistas à realidade que eles vivem em seus territórios. A gente andou pelo Cerradão, coletou e quebrou baru, discutiu o beneficiamento… O que vimos ali foi um design de sistema produtivo muito interessante, mostrando na prática como planejar e organizar quintais e terreiros de forma rentável e sustentável. Cada etapa da produção ali foi uma oportunidade para observar o que outras pessoas já estão fazendo. Entender o que funciona em diferentes contextos, trocar experiências, tudo isso é fundamental.” Além disso, Bianca ressaltou como ficou evidente a forte conexão cultural de muitos povos do Cerrado com o baru e os frutos da sociobiodiversidade, apontando que “eles não estão presentes apenas na comercialização, mas também na vida cotidiana, na culinária nos torneios de futebol e também nas festas tradicionais.” O 2º módulo contou também com a participação de três facilitadores convidados, que trouxeram abordagens complementares para enriquecer a formação. Laércio Meirelles, agrônomo e agroecologista, ministrou aulas sobre a “Organização Social da Produção e Territórios de Uso Comum” abordando a história dos movimentos sociais, o surgimento de associações, cooperativas e a importância das feiras no fortalecimento de organizações sociais. As feiras, segundo o professor Laércio, vão além de um simples espaço de comercialização: “A feira não é só um espaço de venda, mas também de articulação social. É nela que encontramos nossos companheiros, conversamos sobre o que está acontecendo na roça, sobre acertos, erros e dificuldades… E a feira precisa de cuidado, viu? Feira que a gente não cuida tende a esmorecer” Para ele, esses espaços são muito importantes na promoção da organização social, propícios ao fortalecimento comunitário e cooperação. Gisele Ferreira, 19 anos, cursista do Formar Baru e membro do Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do Cerrado (Ceppec), compartilhou a sua visão: “Muita gente me pergunta se eu tenho vergonha de ir para a feira… mas eu sinto o contrário. Eu amo. Eu tenho orgulho de ir para a feira, de trabalhar com alimentos saudáveis e de ajudar a preservar a natureza. Tenho muito orgulho do meu trabalho.” Outros professores convidados foram Luis Carrazza, secretário executivo da Central do Cerrado, que conduziu uma aula prática sobre as boas práticas de manejo e o uso do baru, levando os participantes a um baruzal para demonstrar as etapas de coleta, beneficiamento e armazenamento do fruto. Além disso, Flávia Aguiar, comunicadora, fundadora e locutora do programa Beira Mundo da Rádio Cultura, ofereceu uma oficina criativa de vídeos curtos, incentivando os participantes a contarem suas próprias histórias e tradições por meio da produção audiovisual. Essas contribuições somaram conhecimento técnico e cultural ao módulo, reforçando a conexão entre a prática, a gestão territorial e a valorização das identidades locais. A seguir, você poderá assistir a um pequeno vídeo produzido pelos cursistas do Formar Baru após a oficina com Flávia, mostrando algumas atividades da formação. Os modos de vida dos povos e comunidades tradicionais do Cerrado são profundamente conectados com a terra e suas riquezas naturais. Com um conhecimento ancestral sobre o bioma, essas comunidades preservam práticas sustentáveis que garantem não apenas sua subsistência, mas também a conservação desse bioma único. No entanto, a crescente expansão da agricultura industrial tem imposto ameaças cada vez mais agressivas sobre seus territórios, resultando na perda de biodiversidade e na degradação socioambiental, levando muitas comunidades ao abandono de seus territórios. Nesse cenário desafiador, entre os dias 23 e 28 de setembro de 2024, em Brazlândia, ocorreu o 2º módulo do Formar Baru, Formação Continuada em Cadeias de Valor Inclusivas do Cerrado. Realizado pelo IEB em parceria com a Associação Quilombo Kalunga (AQK) e a CooperFrutos do Paraíso, o evento contou com a participação de produtores rurais, extrativistas, quilombolas e assentados vindos de diferentes regiões de Goiás, como Alto Paraíso, Monte Alegre, Cavalcante, Teresina de Goiás, além de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. 2º módulo do Formar Baru: construção coletiva de saberes e práticas Enquanto o primeiro módulo do Formar Baru abordou a “Introdução às Cadeias Produtivas Sustentáveis do Cerrado e seus Povos”, o segundo módulo avançou nas discussões sobre Salvaguarda, Boas Práticas e o Protocolo de Manejo do Baru. O principal foco foi a criação participativa de um Protocolo Comunitário Biocultural, um instrumento essencial que estabelece diretrizes de boas práticas para o uso sustentável do baru, valorizando os saberes tradicionais e protegendo as comunidades das pressões externas. Além disso, foi ampliado o debate sobre a geração de renda sustentável para os povos do Cerrado. Andreia Bavaresco, coordenadora do projeto Baru da Chapada trouxe no primeiro dia do evento uma fala impactante: “Estamos em um momento alarmante em relação às catástrofes climáticas. Quem menos contribui é quem mais sofre com essas mudanças, e isso tem nome: racismo ambiental. Desde grandes pajés como Davi Kopenawa até cientistas como Carlos Nobre estão assustados com o cenário devastador que estamos vivendo. Os eventos climáticos que estão por vir não serão fáceis, e é por isso que estamos aqui juntos: para pensar no nosso futuro. Os conhecimentos tradicionais já trazem soluções para muitos dos problemas que enfrentamos. Vamos reunir esses saberes para propor ideias, soluções e planos para lidar com o presente e o futuro. E eu digo uma coisa: tirar o sustento da natureza, se manter firme e ter qualidade de vida no próprio território já é uma medida poderosa para enfrentar as mudanças climáticas. Isso é revolucionário.” Bianca Lima e Andreia Bavaresco facilitam uma dinâmica em grupo durante o segundo módulo do Formar Baru. Foto: Camila Behrens Bianca Lima, coordenadora do Programa Povos do Cerrado do IEB, também destacou em sua fala a importância dos temas abordados no segundo módulo da formação: “Esse módulo trouxe a discussão para a base, para o chão. A visita à propriedade da Dona Ana e do Seu Zillas foi uma experiência muito importante que conectou os cursistas à realidade que eles vivem em seus territórios. A gente andou pelo Cerradão, coletou e quebrou baru, discutiu o beneficiamento… O que vimos ali foi um design de sistema produtivo muito interessante, mostrando na prática como planejar e organizar quintais e terreiros de forma rentável e sustentável. Cada etapa da produção ali foi uma oportunidade para observar o que outras pessoas já estão fazendo. Entender o que funciona em diferentes contextos, trocar experiências, tudo isso é fundamental.” Além disso, Bianca ressaltou como ficou evidente a forte conexão cultural de muitos povos do Cerrado com o baru e os frutos da sociobiodiversidade, apontando que “eles não estão presentes apenas na comercialização, mas também na vida cotidiana, na culinária nos torneios de futebol e também nas festas tradicionais.” O 2º módulo contou também com a participação de três facilitadores convidados, que trouxeram abordagens complementares para enriquecer a formação. Laércio Meirelles, agrônomo e agroecologista, ministrou aulas sobre a “Organização Social da Produção e Territórios de Uso Comum” abordando a história dos movimentos sociais, o surgimento de associações, cooperativas e a importância das feiras no fortalecimento de organizações sociais. As feiras, segundo o professor Laércio, vão além de um simples espaço de comercialização: “A feira não é só um espaço de venda, mas também de articulação social. É nela que encontramos nossos companheiros, conversamos sobre o que está acontecendo na roça, sobre acertos, erros e dificuldades… E a feira precisa de cuidado, viu? Feira que a gente não cuida tende a esmorecer” Para ele, esses espaços são muito importantes na promoção da organização social, propícios ao fortalecimento comunitário e cooperação. Gisele Ferreira, 19 anos, cursista do Formar Baru e membro do Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do Cerrado (Ceppec), compartilhou a sua visão: “Muita gente me pergunta se eu tenho vergonha de ir para a feira… mas eu sinto o contrário. Eu amo. Eu tenho orgulho de ir para a feira, de trabalhar com alimentos saudáveis e de ajudar a preservar a natureza. Tenho muito orgulho do meu trabalho.” Outros professores convidados foram Luis Carrazza, secretário executivo da Central do Cerrado, que conduziu uma aula prática sobre as boas práticas de manejo e o uso do baru, levando os participantes a um baruzal para demonstrar as etapas de coleta, beneficiamento e armazenamento do fruto. Além disso, Flávia Aguiar, comunicadora, fundadora e locutora do programa Beira Mundo da Rádio Cultura, ofereceu uma oficina criativa de vídeos curtos, incentivando os participantes a contarem suas próprias histórias e tradições por meio da produção audiovisual. Essas contribuições somaram conhecimento técnico e cultural ao módulo, reforçando a conexão entre a prática, a gestão territorial e a valorização das identidades locais. A seguir, você poderá assistir a um pequeno vídeo produzido pelos cursistas do Formar Baru após a oficina com Flávia, mostrando algumas atividades da formação. Por favor, aceite o consentimento do cookie Para ampliar o aprendizado, foram disponibilizados materiais didáticos sobre legislação, apelidados de ‘Sementes de Legislação’, abordando temas como a Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio), a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), o Código Florestal e o papel das cooperativas no acesso a financiamentos, treinamentos e tecnologias. Além disso, foi criada a ‘Semente de Comunicação’, por meio da tenda do Serviço de Atendimento ao Baruzeiro (SAB), oferecendo suporte técnico aos cursistas com dificuldades no uso de celulares e outras tecnologias, garantindo que todos pudessem acessar plenamente as ferramentas digitais doadas pelo projeto. Próximos Passos: Tempo-Comunidade e Ação Local Após uma semana intensa de aprendizado, troca de saberes e construção coletiva de conhecimentos e documentos, os cursistas retornaram aos seus territórios para dar início ao “Tempo-Comunidade 2”. Nesse momento especial, eles terão a oportunidade de aplicar tudo o que aprenderam no módulo 2 da formação, realizando mutirões e outras atividades em suas comunidades. Com o suporte pedagógico e tecnológico do IEB, eles contarão com orientação e acompanhamento durante todo o processo. O objetivo é que se tornem disseminadores de conhecimento, promovendo mudanças positivas em suas localidades. Alcileia Torres, 19 anos, comunicadora da Associação Quilombo Kalunga, compartilhou as suas expectativas para o futuro e para o tempo-comunidade: “Eu vejo em 50 anos o nosso mercado kalunga funcionando. Comercializar os produtos do Cerrado ainda é algo novo, então o tempo-comunidade do Formar Baru é essencial para que possamos levar o que estamos aprendendo aqui sobre geração de renda e boas práticas do baru para os mais velhos e para aqueles que não estão presentes com a gente. Manter vivo esses sonhos em nós, jovens, é muito importante. Trabalhar com o que temos, com o que vem da natureza, e conseguir fazer como os nossos ancestrais, tirando nosso sustento da terra e ainda conseguindo gerar renda com isso. Só assim vamos conseguir combater a evasão escolar e a saída dos jovens dos territórios.” Formação Continuada em Cadeias de Valor Inclusivas do Cerrado O Formar Baru é uma formação continuada desenvolvida pelo IEB em parceria com a Associação Quilombo Kalunga e a CooperFrutos de Alto Paraíso, com o apoio do Fundo Global pelo Meio Ambiente (GEF) e do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). Conta também com a colaboração de representantes da Apromas Sertão, ISPN e da Central do Cerrado no comitê pedagógico. Inserido no contexto do projeto “Cerrado em pé com geração de renda: a cadeia produtiva do baru como aliada da biodiversidade e dos povos tradicionais”, o objetivo da formação é promover a conservação e a geração de renda no Cerrado, tendo a castanha-do-baru como elemento chave. O programa é dividido em seis módulos presenciais, intercalados com atividades intermodulares, chamadas de “tempo comunidade”. Durante os módulos, os participantes recebem apoio pedagógico, participam de oficinas, têm acesso a materiais didáticos e são orientados em temas como manejo sustentável, comercialização, desenvolvimento local e regional, gestão de negócios comunitários e repartição de benefícios econômicos. Para saber mais e acompanhar as próximas edições do Formar Baru, acompanhe o site e as redes sociais do IEB. Texto: Camila Behrens/IEB

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