PROCEDÊNCIA DE MANILKARA HUBERI (DUCKE) STANDL PARA PREVENÇÃO AO DESMATAMENTO ILEGAL

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PROCEDÊNCIA DE MANILKARA HUBERI (DUCKE) STANDL PARA PREVENÇÃO AO DESMATAMENTO ILEGAL

Pesquisa Realizada por: Helinara Vieira

Ano: 2021

Linha: Conservação manejo e uso sustentável de fauna e flora

Bioma: Amazônia


Nível Acadêmico: Doutorado

O desmatamento é o setor com as maiores contribuições médias para as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) em nível nacional. A extração de madeiras oriundas desse processo é um dos problemas para a floresta Amazônica. Dentre as principais espécies arbóreas nativas da Amazônia que são alvos de extração seletiva e comercialização ilegal apreendidas pela Polícia Federal do estado do Amazonas, destaca-se a espécie Manilkara huberi (Ducke) Standl. Essa espécie é conhecida popularmente como maçaranduba e bastante valorizada no mercado madeireiro nacional e internacional devido a qualidade de suas propriedades físicas. 

Rastrear a origem geográfica de madeiras extraídas ilegalmente na Amazônia é um grande desafio para os órgãos de fiscalização e monitoramento. No entanto esse objetivo pode ser alcançado com apoio de análises de isótopos estáveis. Essa técnica é promissora para a rastreabilidade de procedências de árvores, com aplicabilidade forense, uma vez que usa as combinações ou “assinaturas isotópicas” dos elementos químicos carbono, nitrogênio, hidrogênio, oxigênio e enxofre presentes na madeira para mapear os possíveis locais de origem de desmatamentos e exploração seletiva não autorizada.  

O estudo será realizado com amostras de madeira de M. huberi coletados em três estados da Amazônia, Pará, Amazonas e Roraima. Os dados serão analisados no Laboratório Forense de Isótopos Estáveis da Superintendência da Polícia Federal do Amazonas (SR/PF/AM) e no Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal da UFAM com integração sinérgica e mútua entre a comunidade acadêmica e os agentes policiais do Amazonas. 

Esperamos que a técnica de isótopos estáveis permita rastrear a origem geográfica da madeira de M. huberi, apreendida pela Polícia Federal do Amazonas. Assim como desenvolver protocolos de coleta de amostras de madeira de M. huberi para análise de isótopos estáveis visando a conservação e preservação de outras espécies amazônicas vulneráveis, a partir de métodos inovadores utilizados pelas ciências forenses. Espera-se que os resultados do trabalho venham gerar significativos impactos sociais, com informações para amparar a fiscalização e monitoramento efetivo em áreas de florestas vulneráveis a crimes ambientais, especialmente na Amazônia, contribuindo para a sustentabilidade do setor florestal e amenização da mudança do clima. 

 

Currículo Lattes

 

 

Biografia:

Meu nome é Helinara Vieira, sou Engenheira Florestal formada pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Mestre em Ciências Florestais e Ambientais e estudante de doutorado do Programa de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia na Universidade Federal do Amazonas (2021). Trabalho com espécies arbóreas nativas da Amazônia desde 2014. Recentemente defendi a dissertação intitulada “Estimativa de parâmetros tecnológicos e genéticos de sementes de Ormosia discolor Spruce ex Benth". Possuo treinamento específico para uso do equipamento Delta VTM, espectrômetro de massa de razão isotópica, Nível I (2020) para análises de isótopos estáveis, realizado na Polícia Federal do Amazonas, em conjunto com peritos que compõem a equipe do projeto. Tenho experiência com fenologia de espécies arbóreas, tecnologia de sementes florestais amazônicas e seleção de caracteres superiores em população de árvores nativas da Amazônia. Estudo atualmente metodologias para identificação de procedência de madeira para dar subsidio à prevenção do desmatamento e extração ilegal de madeiras na Amazônia.

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