Jovens lideranças e mulheres indígenas do Xingu se preparam para marcar presença na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30, que acontece em novembro, em Belém (PA). 

O projeto Legado do Raoni: Netos e Netas da Resistência – Reflorestando o Pensamento para adiar o fim do Mundo proposto pelo Instituto Raoni (IR) e contemplado pelo Fundo Kayapó em seu 5º ciclo, tem como objetivo principal fortalecer a capacidade institucional e a autossuficiência das comunidades Kayapó, promovendo o desenvolvimento sustentável e a participação política de mulheres, jovens e lideranças. Executado em diversas frentes, o projeto estruturante recebeu o aporte de R$1 milhão e conta com linhas temáticas como Monitoramento Territorial, Produção Sustentável, Gestão Ambiental, Fortalecimento da Representação Política e Administração das Organizações. 

Vinculado à frente de representação política, o eixo voltado à Governança e participação indígena representa 38% do investimento total. O que demonstra as aspirações do IR em promover o protagonismo empoderando mulheres e jovens Kayapó na participação em atividades voltadas à formação em incidência política, mudanças climáticas e comunicação. Estruturado em três etapas, as primeiras formações aconteceram na T.I Capoto Jarinã, envolvendo jovens dos povos Trumai, Tapayuna, Yudja, Panará e Kayapó. Durante encontros em diferentes aldeias, as oficinas discutiram os impactos da emergência climática, além de práticas de desenvolvimento sustentável e estratégias de comunicação, alargando o entendimento sobre o funcionamento das COPs e as expectativas sobre as perspectivas locais dos territórios indígenas em consonância com os debates globais na edição brasileira da Conferência. 

O projeto de fortalecimento do Departamento de Mulheres do Instituto Raoni (IR) também é uma das ações voltadas à formação e atuação política dentro e fora do território apoiadas pelo Fundo Kayapó. Para Osmarina Morimã, coordenadora do departamento de mulheres do Instituto Raoni (IR) garantir a presença das mulheres kayapó em eventos regionais e nacionais, como o Acampamento Terra Livre (ATL) em Cuiabá e Brasília e a IV Marcha Nacional de Mulheres Indígenas, que aconteceu junto com a I Conferência Nacional de Mulheres Indígenas, no início de agosto, em Brasília, permite que as mulheres representem suas aldeias de forma ativa e estruturada. 

Os recursos destinados ao 5º Ciclo do Fundo Kayapó são provenientes de doações do Fundo Amazônia, do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e da Conservação Internacional Brasil e têm o FUNBIO como gestor financeiro.