Notícias
Ações de Manejo Integrado do Fogo com apoio do GEF Terrestre já beneficiaram 19 UCs e comunidades vizinhas
O agravamento dos incêndios florestais no Brasil na última década – com eventos especialmente dramáticos em 2020 e 2024 no Pantanal – acendeu o alerta sobre a importância de reforçar investimentos em prevenção e combate ao fogo. Esta é uma das frentes de trabalho do GEF Terrestre há quase seis anos, tempo suficiente para a obtenção de muitos avanços.
Criado em 2018 para apoiar a conservação do Pantanal, da Caatinga e do Pampa, o projeto prevê, em uma de suas linhas de ação, o incentivo às práticas de Manejo Integrado do Fogo (MIF), vistas como fundamentais para a redução das áreas afetadas por incêndios nos biomas. Até agosto de 2025, nove unidades de conservação (UCs) desenvolveram seus Planos de MIF e 17 vêm implementando as ações previstas em seus planejamentos com o apoio do GEF Terrestre. Do total de 19 UCs beneficiadas, nove estão na Caatinga e oito no Pantanal, biomas historicamente mais sujeitos a queimadas que o Pampa, onde ficam as outras duas.
As ações incluem queimas prescritas e construção/manutenção de aceiros (faixas sem vegetação que restringem a propagação do fogo), implementação e aperfeiçoamento de sistemas de monitoramento de focos de incêndio, a elaboração de protocolos e a capacitação de comunidades presentes nas UCs ou em áreas adjacentes para o Manejo Integrado do Fogo, oficinas de educação ambiental para disseminar nas regiões a importância das práticas de prevenção às queimadas e a criação e o fortalecimento de brigadas de incêndio, por meio de treinamentos, fornecimento de equipamentos de trabalho e proteção, e orientação para a gestão das atividades do grupo.
No Pantanal, por exemplo, as quatro brigadas comunitárias formadas e apoiadas pelo GEF Terrestre atuaram no combate a focos de incêndio e queimadas por 615 dias em área de 106 mil hectares no Parque Nacional do Pantanal Matogrossense, no sul de Mato Grosso, e na Serra do Amolar, contígua ao Parque, no noroeste de Mato Grosso do Sul. Cerca de 200 quilômetros ao sul, na região do Parque Estadual (PE) do Pantanal do Rio Negro, 400 mil hectares de vegetação nativa são monitorados por sistemas financiados pelo projeto.
Líder da Brigada Comunitária da Barra de São Lourenço, Leonida Souza esteve na Área de Proteção Ambiental Municipal (APA) Baía Negra, em Ladário (MS), para a capacitação promovida pelo Projeto Juntos pelo Pantanal em maio deste ano, na qual participou da construção de estratégias para proteger o bioma e sua comunidade. “Eu não sei nem expressar a importância do Pantanal para as nossas vidas. Porque ele não é só bicho, água e gente. Ele carrega vida. A gente mora dentro da Bacia do Rio Paraguai, então, fazer parte de uma brigada para proteger esse lugar me emociona muito”, contou Leonida em depoimento ao site do Instituto Ipê, parceiro do GEF na iniciativa ao lado do Ibama, do ICMBio, do Fundo Casa Socioambiental e da ONG Ecoa.
As iniciativas de combate a incêndios apoiadas pelo Projeto seguirão rendendo frutos nos próximos meses, quando será entregue o plano de MIF da APA Serra do Ibiapaba (CE). Também na Caatinga, o Monumento Natural Vale dos Dinossauros e o PE da Pedra da Boca, ambos na Paraíba, terão ações de seus planos de MIF implementadas. Além disso, o GEF acaba de abrir uma chamada de projetos no valor de R$ 2,9 milhões para a criação de novas brigadas de incêndio e o fortalecimento das já existentes nos três biomas aos quais se dedica. A expectativa é que, até maio de 2027, a área afetada por queimadas nas unidades de conservação beneficiadas pelo GEF tenha sido reduzida em 20%.
O projeto GEF Terrestre é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) sob gestão e execução do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora.
