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Parque do Rio Negro, no Pantanal, ganha sistema que identifica focos de incêndio em 3 minutos
O Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, no Mato Grosso do Sul, maior unidade de conservação de proteção integral do estado, acaba de aperfeiçoar seu sistema de prevenção a queimadas.
Duas torres de monitoramento com câmeras de alta resolução instaladas nas fazendas Alegria e São João vão contribuir para acelerar substancialmente a identificação de novos focos de incêndio e para reduzir o tempo de resposta das brigadas de combate ao fogo. Elas foram posicionadas em uma das áreas do Pantanal mais afetadas pelas queimadas nos últimos 20 anos. A ação, conduzida pelo Instituto Terra Brasilis (ITB), faz parte do projeto Manejo Integrado do Fogo no Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (PEPRN) no Mato Grosso do Sul e foi apoiada pelo Projeto Estratégias de Conservação, Recuperação e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal, o GEF Terrestre.
As câmeras utilizadas gravam imagens em 360º e são capazes de ampliá-las em até 45 vezes, o que permite a cada uma monitorar uma área com raio de 30 km. O novo sistema, criado pela empresa brasileira Umgrauemeio, usa inteligência artificial para, a partir das imagens, vasculhar a área à procura de fumaça. O alerta é enviado para a equipe de triagem em, no máximo, 3 minutos, tempo muito inferior aos 90 minutos necessários no monitoramento feito por sensores de calor em satélites.
A nova tecnologia, 30 vezes mais rápida que a disponível até então, poderá contribuir decisivamente para evitar que o fogo se alastre por grandes áreas. A triagem das imagens e o acionamento das brigadas locais de incêndio serão feitos pelo Corpo de Bombeiros do estado, cujos profissionais receberão capacitação para o uso do sistema.
“Um dos jargões usados por esse sistema diz que vamos ‘apagar o fogo com a bota’. O objetivo é que a brigada chegue ao foco de incêndio antes que ele atinja uma grande proporção para que seja possível apagá-lo com mais facilidade”, explica Josiel Coelho, coordenador de tecnologia do Instituto Terra Brasilis (ITB).
Futuramente, outras duas torres com câmeras serão instaladas no Parque pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). Ao todo, uma área de 908 mil hectares será monitorada pelo sistema.
O projeto GEF Terrestre é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) sob gestão e execução do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora.
