Pular para o conteúdo principal
Logotipo FUNBIO - Fundo Brasileiro para a BiodiversidadeLogo FUNBIO
assinar newsletter
PT EN
  • Home
  • Programas e Projetos
    • Em Andamento
    • Concluídos
  • Chamadas de Projetos
  • Bolsas FUNBIO
  • Agências
    • Agência GEF
    • Agência GCF
  • Biblioteca
  • Institucional
    • Quem somos
    • Nossas conexões
    • Contato
    • Ouvidoria
    • Imprensa
    • Equipe e conselho
    • Seja um parceiro
    • Parceiros
    • Trabalhe conosco
    • Manual de Marca
    • 25 anos
  • Notícias
  • Compras e contratações
  • Transparência
    • Auditoria Funbio
    • Auditoria Programas e Projetos
    • Relatórios anuais
    • Transparência e Igualdade
    • Certidões
    • Políticas e Salvaguardas

Notícias

Home - Notícias - Das cidades às montanhas: os polinizadores nos holofotes da ciência

Compartilhe :
voltar

Notícias

13/10/2025

Das cidades às montanhas: os polinizadores nos holofotes da ciência

Fotos: Ingrid Gomes/Arquivo pessoal
1/20

A polinização é um serviço ecossistêmico fundamental. Seja para manutenção da biodiversidade ou para produção de alimentos. No centro dessa história estão os polinizadores. Não apenas as abelhas, mas também borboletas, moscas, vespas, morcegos…Presentes em todo tipo de ambiente, desde cidades até topos de montanhas, como ressaltam os trabalhos de três pesquisadores apoiados pelo Programa Bolsas FUNBIO – Conservando a Biodiversidade que tiveram a chance de trocar experiências durante o 1º encontro de bolsistas em Minas Gerais.

De olho na relevância dos ambientes urbanos para a conservação dos polinizadores, o doutorando da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Victor Hugo Duarte da Silva, fez um levantamento sistemático que registrou 3.148 espécies de polinizadores em 255 cidades diferentes do mundo – 59 no Brasil.

O biólogo, selecionado pelo Bolsas FUNBIO em 2021, tem como foco entender como a  urbanização afeta as interações planta-polinizador. Em um dos seus resultados, Victor identificou que diferentes grupos de polinizadores interagem de formas distintas com as plantas e respondem de  modo  diverso aos ambientes. “Tal achado sugere que fatores que afetam abelhas podem não ser os mais importantes para os outros grupos como  beija-flores, borboletas, moscas e vespas. Além disso, nesse trabalho a gente mostra que cada paisagem verde urbana apresenta um conjunto único de interações, logo a perda de uma dessas áreas levaria à perda de interações não presentes em outras áreas”, pontua.

Seu estudo analisou ainda a disponibilidade de recursos florais nas estações seca e chuvosa em Belo Horizonte para indicar quais plantas podem ser plantadas para apoiar polinizadores em épocas de maior escassez de recursos.

Victor acredita que na medida em que cidades são ambientes construídos e manejados pelo ser humano, deveríamos promover e adaptá-las não apenas para as necessidades humanas, mas também da biodiversidade.

Com esse propósito em mente, produziu durante sua pesquisa um livro de divulgação científica, junto com sua parceira, a bióloga Ingrid Gomes, também doutoranda da UFMG, selecionada na edição de 2020 do Bolsas FUNBIO. O livro, intitulado “Jardins para Polinizadores”, é um guia de plantas que podem ser usadas em áreas urbanas bem como quais os polinizadores elas atraem.

“O objetivo da obra é sensibilizar e orientar os moradores da cidade a escolherem espécies de plantas que vão além do valor estético, considerando também sua importância ecológica. Por meio da conscientização e de escolhas simples, como o plantio de flores e plantas que realmente atraem polinizadores, podemos transformar praças, jardins e parques em verdadeiros refúgios para as abelhas. Esses espaços funcionariam como pontos de apoio para os polinizadores que vivem nas bordas das cidades, ajudando a manter suas populações e, com isso, a saúde dos ecossistemas urbanos”, conta Ingrid.

A proposta, explica ela, é incentivar a criação de jardins urbanos que atraiam uma maior diversidade de polinizadores, incluindo espécies especialistas, isto é, que precisam de recursos específicos para sobreviver e, por isso, são mais sensíveis às mudanças no ambiente.

A bióloga destaca que cuidar dos polinizadores, inclusive nas cidades, é também promover segurança alimentar, qualidade de vida e bem-estar. “Eles são responsáveis por garantir a reprodução de muitas plantas e várias delas fazem parte da nossa alimentação. Sem eles, teríamos menos frutas, legumes, sementes e flores. Além disso, ao polinizar árvores e plantas, eles também influenciam na qualidade do ar, na regulação do clima e até no bem-estar das pessoas, já que ambientes mais verdes e floridos tornam a cidade mais agradável para se viver.  Proteger os polinizadores nas cidades é, portanto, uma forma de cuidar da nossa própria qualidade de vida”, resume.

Em sua própria pesquisa, Ingrid buscou entender como os recursos para polinizadores estão distribuídos na paisagem e como as características das áreas urbanas se relacionam com a diversidade de abelhas.

Suas análises em Belo Horizonte revelaram que há uma baixa diversidade de árvores que fornecem recursos para os polinizadores na área urbana. Além disso, elas estão distribuídas desigualmente pela cidade, concentrada em bairros mais nobres e mais arborizados. Um cenário que dificulta a vida dos polinizadores.

No caso das abelhas, predominam as espécies generalistas, ou seja, as com cardápio mais variado e maior resistência aos distúrbios no ambiente.

Para identificar os insetos que frequentam flores e quais plantas atraem quais polinizadores, tanto Ingrid quanto Victor fizeram campos em 12 paisagens urbanas de Belo Horizonte – como parques, praças, ruas, museus e zoológicos – com apoio dos recursos do Bolsas FUNBIO. Além dos gastos logísticos e de viagem, a iniciativa possibilitou a compra de materiais necessários para a pesquisa e a produção do guia de plantas e polinizadores.

 

Uma invasora nos campos de altitude

Das cidades para as montanhas, Ricardo Alves Siqueira Junior, doutorando da Universidade Federal de Lavras (UFLA), contemplado em 2024 pelo Bolsas FUNBIO, trabalha em campos de altitude da Mata Atlântica. Seu objetivo é tentar entender o impacto da abelha africanizada (Apis mellifera), exótica e invasora no Brasil, nas interações planta-polinizador no Parque Nacional do Itatiaia, localizado entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, em áreas que chegam a 2.500 metros de altitude.

“Esses campos são ambientes de alta montanha, localizados acima de 2.000 metros, que abrigam espécies endêmicas e altamente especializadas. O que busco responder é: de que forma a presença da A. mellifera altera as redes de interação planta-polinizador nesse ecossistema? Essa abelha está competindo com espécies nativas? Está polinizando de forma eficiente ou apenas explorando recursos florais? E, sobretudo, quais as implicações ecológicas dessa interação para a manutenção da biodiversidade local?”, questiona Ricardo.

Campos de altitude são ecossistemas de extrema relevância ecológica, mas também de alta vulnerabilidade, tanto às mudanças climáticas quanto à introdução de espécies exóticas.

Ainda na fase inicial da pesquisa, os campos do biólogo já revelam preliminarmente um cenário de dominância da abelha invasora nas interações com flores dos campos de altitude. “Também registrei comportamentos de pilhagem, em que a abelha acessa néctar ou pólen sem promover a polinização efetiva. Isso é importante, porque mostra que, além de competir por recursos, ela pode comprometer a reprodução das plantas ao não cumprir o papel de polinizador”, contextualiza.

Os recursos do Bolsas FUNBIO permitem que o pesquisador vá mensalmente ao parque, onde passa cinco dias para fazer registros dos visitantes florais e quantifica as interações, com coleta das flores e dos polinizadores. “Sem esse apoio, seria inviável realizar o monitoramento contínuo e os experimentos experimentais que demandam repetição ao longo de vários meses”, destaca Ricardo.

Com seu estudo, o doutorando espera preencher uma lacuna de conhecimento sobre a influência das abelhas-europeias neste ambiente e, com isso, contribuir com a conservação dos campos de altitude.

“Do ponto de vista da conservação, gerar essas evidências é fundamental para embasar medidas de manejo e políticas públicas. O trabalho pode servir como base para avaliar riscos de invasão biológica em ecossistemas montanos e orientar estratégias de mitigação, tanto para a proteção de espécies de abelhas nativas quanto para a manutenção da integridade ecológica dos campos de altitude”, completa.

 

Categoria: Bolsas FUNBIO, Notícias

ENDEREÇO

Rio de Janeiro:
Rua Voluntários da Pátria, 286 5º andar

Botafogo
22270-014 Rio de Janeiro, RJ

Razão Social: FUNDO BRASILEIRO PARA A BIODIVERSIDADE FUNBIO

 

Brasília:

SCN – Setor Comercial Norte – Quadra 04 – Pétala A – Sala 401

Ed. Centro empresarial Varig

70714-900 Brasília, DF

 

CONTATO

Tel: +55 21 2123-5300
Fax: +55 21 2123-5354

Tel: +55 61 3797-8200

AVISO DE PRIVACIDADE

ÁREA EXCLUSIVA

Intranet

ÉTICA

Ouvidoria
Políticas e Salvaguardas

NGOsource - Equivalency Determination on File
Logo FUNBIO  © 2017 FUNBIO – Fundo Brasileiro para a Biodiversidade
Logo OKN Group - Desenvolvido por OKN