EFEITOS DE CONTAMINANTES

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Alguns  efeitos  tóxicos  de contaminantes orgânicos incluem danos celulares, fisiológicos e sistêmicos, afetando a  saúde  dos  elasmobrânquios  expostos  e podendo causar agravos  reprodutivos,  de sobrevivência e, finalmente, ecológicos. Isso é de particular preocupação, visto que qualquer estressor adicional à sobrepesca que aumente a vulnerabilidade de raias e tubarões pode comprometer de maneira irreversível sua recuperação populacional, especialmente para espécies já ameaçadas.

Entretanto, até o momento, os efeitos deletérios  da  poluição  em  elasmobrânquios  vêm  sendo  negligenciados,  sendo  a saúde humana e segurança alimentar a principal preocupação em território nacional, mesmo quando implica no consumo de espécies ameaçadas e protegidas. Assim, o Projeto Efeitos de contaminantes persistentes e petrogênicos na saúde e resiliência de raias e tubarões e implicações para a conservação propõe avaliar os efeitos sistêmicos da exposição a poluentes orgânicos em elasmobrânquios da  costa  Fluminense, mapear  áreas  prioritárias  para sua conservação  e  avaliar sua  condição  ambiental,  considerando projeções  futuras indicativas  do  aumento  da  presença  e  toxicidade  de  poluentes e no  cenário  de mudanças  climáticas. A proposta  também  objetiva  analisar as concentrações dos poluentes em carne de cação consumida por crianças da rede pública de ensino do Rio  de  Janeiro,  como  uma  estratégia  indireta  de  conservação. Por  fim,  ações  de sensibilização/treinamento/extensão  e  Educação  Ambiental  serão  realizados  nas colônias  de  pesca  parceiras, para construir  valores,  conhecimentos,  habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação de elasmobrânquios. O projeto foi delineado abrangendo múltiplas linhas de investigação, sendo a primeira proposta do gênero a integrar estudos ecotoxicológicos e medidas de manejo e conservação para elasmobrânquios.

O estudo irá avaliar a presença de contaminantes orgânicos em machos e fêmeas, juvenis e adultos de diversas espécies, relacionando-os com diferentes vias fisiológicas e bioquímicas essenciais para a saúde, sobrevivência e recrutamento de raias e tubarões. Ao final, será elaborado o cenário da contaminação e  possíveis  ameaças  à  saúde  destes  animais  pela  exposição  a  contaminantes orgânicos,  eventuais  riscos  à  saúde  humana, e  propostas formas  de  mitigar  os impactos antrópicos identificados. Visto que esta pesquisa conta com a colaboração de membros da Sociedade Brasileira para o Estudo de Elasmobrânquios e do grupo de  especialistas  de  tubarões  da  IUCN,  os  dados  gerados  serão  utilizados para direcionar futuras medidas de manejo, bem como informar o quanto a poluição pode estar  afetando  as  espécies  estudadas,  com  potencial  aplicação  para  toda  a  sua distribuição  e  possível  identificação  de  novas  ameaças  ainda  não  listadas  pela IUCN/ICMBio. Além disso, considerando que esta proposta também tem como alvo espécies listadas como DD, que de acordo com o critério A da IUCN (i.e.,componente e-redução populacional como efeito de táxons introduzidos, hibridização, patógenos, poluentes, competidores ou parasitas), os dados gerados terão o potencial de realocar espécies  DD  para  outras  categorias  nas  próximas  avaliações  nacionais,  e  para espécies endêmicas do Sudeste do Atlântico Sul, potencialmente para reavaliação em nível global.

Situação

Concluído

Ano início

2022

Bioma

Marinho Costeiro

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